As pegadas que deixo no chão, não as são senão lustros, ilusões, vagos espirros de sensatez inevitáveis, não são marcas pois nada dizem às pessoas, não são rasto porque não sei onde me levam, não são pegadas, porque nada meu lá ficou, meramente a sola beijou o asfalto, não são minhas porque não foi a minha vontade que as imperou, não são nada, contudo, dizem, silenciosas, que eu passei por ali, com muita ou pouca intensidade,
as pegadas levam-nos ao sítio onde estivemos,
as pegadas são o que nunca tivemos coragem de ser,
as pegadas não são nada mas dizem tanto, mesmo sem nós querermos...
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