Dê-mos voz aos mudos, o silêncio a quem se cala, a morte a quem vive e a vida a quem morre, num desespero tal de inversão da regularidade banal das coisas, que tornemos toda a lógica atormentadora, por ilusões e fracassos vários de mentes deturpados, percamos os valores que nos orgulham, os egos que nos sobreelevam a pele, vamos ganhar a pobreza da humildade, a mentira da verdade, a sorte da derrota e o desprezo da humilhação, faz sentido, afinal fazer sentido é ser exactamente o não sentido de existir, ser verdadeiro é ser mentira num futuro distante e ter razão é ninguém desconfiar de alternativas erróneas num determinado momento, espamos, o que nos mantém aqui satisfeitos na terra que nos viu nascer é exactamente a alegria, o gozo que nos dá, deturpar a razão e mentir, afinal,
A mentira surge da invenção da verdade,
O inverso surge de um certo,
E nós criamos o que quisermos,
Senhores da Ilusão
Em todas as ruas a felicidade, em todas as brechas esperança
Enquanto subsistirmos, a beleza nascerá nos reconditos negros da humanidade,
Fecha os olhos e verás,
Senhores da Escuridão.
Enquanto as flores se erguem do nada, os homens da virtude alheia,
A perfeição do imperfeito e a mentira da verdade,
Dá-me a mão e esquece-me
Senhoras da Solidão
quarta-feira, 4 de abril de 2012
The Edge
No pico da montanha dos altos cumes da solidão, hoje, sem dúvidas, sem qualquer margem para desconfianças, trata-se de sentir a pressa, o perigo de ter as tuas mãos nas minhas, o meu corpo no teu, estamos no cume, no ponto mais alto, agarra te à verdade de sermos nós os senhores do universo, os magos da sabedoria, os donos da verdade, no cume da glória, agarra-te a mim, olha o mundo, ri-te para ele porque estás comigo e, juntos, agora e sempre, estamos no ponto mais alto da vida humano, estamos um quando o mundo julga que somos dois.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Virar da Curva
Serenamente na mão da criança que já fui, nos tempos de outrora, serenamente, sentir a forma da curva antes de a trespassar de índole forma sentida, eu queria ter tido tanto, oceanos inteiros, ventos meus, casas em ilhas perdidas, lagos e espaços largos em terras distantes, queria ter gritado, ter ousado, ter matado, ter sentido, queria ser mais alto, não em altura que essa já me basta, gostava de ter tido asas, não voar, mas asas para que soubesse da existência da possibilidade de ter o infinito, quanto mais fundo vou na curva mais me agarro ao presente, não cansa este prender,
Virar a curva sempre,
Com a certeza que ainda me falta estrada a percorrer
quinta-feira, 15 de março de 2012
Não é Perfeito
Não é perfeito esquecer ou ousar apagar, a cobardia grande dos homens é, ainda agora vi o louco sozinho a cantar, no alto daquela janela, a noite vem tocando em sítios que não devo, solicitando ao cérebro que seja mais, que vá aos recônditos espaços do medo.
Será que vai?
Só a noite dirá...
Será que vai?
Só a noite dirá...
Breve Leve
Sei que é breve, sei que não é inteiro, é suave, é parte
Não é instinto, não é ciume
é apenas um passo por cima do lume.
Não é cansaço, nem sossego, um medo calado
um pequeno apego,
Por hoje chega, por agora basta,
O meu eu é Tudo o que me resta
E tanto me afasta
Memento
Memória, a forma mais precária de informação, onde restam as dores mais profundas, auqelas que nos crotam a respiração de uma vez só, nos apagam o sorriso e nos enchem de olhar molhados, suados de preocupação, outras onde lembramos a felicidade que nos encheu os poros de alegria, os pequenos momentos de saudade, aqueles que nos marcam e nos tornam quem somos, mais fortes que a alma, mais altos que o céu, mas cheio que tudo,
Por muito dolorosos que alguns momentos sejam, elas tornam-nos quem somos, quem fomos e quem iremos ser, não aparte de nós, apenas, mas é a alavanca de ser feliz, ser verdadeiro, ter a minha memória numa mão e o futuro à frente.
Em caminho...
Por muito dolorosos que alguns momentos sejam, elas tornam-nos quem somos, quem fomos e quem iremos ser, não aparte de nós, apenas, mas é a alavanca de ser feliz, ser verdadeiro, ter a minha memória numa mão e o futuro à frente.
Em caminho...
Estória
A cada passo que damos, uma sentinela de facas pontiagudas se preparam para transpor as nossas costas, umas rápidas num gemido de dor, outras lentas, desfigurando penosamente a pele, abrindo-lhe brechas finas e longas, estrangulando a pouca vida que nos resta, cai-nos o fôlego, apaga-se a alma, caímos e o mundo colapsa, mesmo estando sentados.
Provamos o chão sem gosto, sem gesto, sem qualquer tipo de reacção, somos passado agora, estamos marcados agora, somos um azulejo para sempre eternizado naquele bocado de terra que se chama vida.
A faca sai, o sangue corre, a alma renasce,
Quem sabe se um dia teremos força para nos levantarmos...
Provamos o chão sem gosto, sem gesto, sem qualquer tipo de reacção, somos passado agora, estamos marcados agora, somos um azulejo para sempre eternizado naquele bocado de terra que se chama vida.
A faca sai, o sangue corre, a alma renasce,
Quem sabe se um dia teremos força para nos levantarmos...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Filhos da Madrugada
Menina dos olhos tristes quem te faz assim tão só,
Cria em mim a alma de ser mais,
Põe em ti o soldado do mundo,
Numa guerra sem Parar.
Senhora de cariz triste,
Que fatiga de cala, que mar te silencia
Cria um sorriso de penas
Em manhãs de guerrear.
Somos filhos da Madrugada destinados a viver, aguardando pela aurora.
Se não a pedirmos, se não a criarmos,
Seremos eternamente filhos da madrugada
com infinitos desejos de passar.
Ficar no Teu Corpo
Quero ficar no teu corpo, quando a noite vier, em nossos braços se criará a luz, perpetua-me no teu sorriso, em cada malandro dente que se verga em mim, pega-me mas não me largues, enche-me de ti, quero brincar no teu leito, sentir toda a tua chama, bailando em cada passo teu, alucina-me, ilumina-me quando a noite vier, sente-me, grita, mostra o quanto nós podemos ser, cria fantasmas de passados presentes, repousa na minha face o gesto do teu cansaço, cria em mim o teu espelho já baço, sê a cruz na minhas costas, retalha-me a alma em pequenas porções de prazer,
No fim, quando é noite, sou a tua cicatriz corrosiva, metálica e ferrugenta, marcada a quente no teu corpo, com fogo com frio e com alma, na tua carne vermelha já ressentida de mim, já vejo as sereias a passar por mim, tocando e beliscando o corpo todo,
No fim, quando é noite, sou a tua cicatriz corrosiva, metálica e ferrugenta, marcada a quente no teu corpo, com fogo com frio e com alma, na tua carne vermelha já ressentida de mim, já vejo as sereias a passar por mim, tocando e beliscando o corpo todo,
Nem sempre senti-mos a realidade, o teu corpo é o meu mar.
A respiração o meu pecado
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Não São Lágrimas
Não são lágrimas os reflexos reluzentes das luzes da manhã nos meus olhos, são rastos do passado a experimentarem a luz do dia,
Não são lágrimas as gotas de chuva que me saem dos olhos e me beijam a face outrora rosada, são apenas evidências do modo natural como os olhos são espelhos metereológicos,
Não são lágrimas o que me enche o coração nem são lágrimas os barulhos silenciosos que já não oiço,
Não são estas as lágrimas que verto ao lembrar que irei estar sempre debaixo deste sobreiro aguardando que venhas ver o teu lugar,
Não são lágrimas o que suja este banco, enquanto eu espreito a sobra da sombra que deram, e o rio chama-me de longe na viagem,
Não são lágrimas o que sinto, mas o peso da viagem nos meus olhos
Não são lágrimas, são desejos de tempo.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Apesar
A poesia é para comer, em largas dentadas de raiva, sentindo a dor em cada letra, a tristeza de cada rima, a solidão de cada quadra, o pecado em cada falta de pontuação,
Amanhã há de ser outro dia em que me pergunto até onde vai a poesia,
Como vais proibir o resulto significado que já não há em ti,
Como seremos nos parando sem amar, o momento de calar o sofrimento,
e ficar sós a sós, inventando tristezas e mágoas, silêncios e vultos
Amanhã há de ser outro dia, apesar da poesia comida, da hora perdida, dos abraços perdidos, dos sonhos sonhados, dos sons calados, das vozes amarguradas,
Apesar de tudo, as horas ainda passam...
Amanhã há de ser outro dia em que me pergunto até onde vai a poesia,
Como vais proibir o resulto significado que já não há em ti,
Como seremos nos parando sem amar, o momento de calar o sofrimento,
e ficar sós a sós, inventando tristezas e mágoas, silêncios e vultos
Amanhã há de ser outro dia, apesar da poesia comida, da hora perdida, dos abraços perdidos, dos sonhos sonhados, dos sons calados, das vozes amarguradas,
Apesar de tudo, as horas ainda passam...
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Nada de Nada
Pelos caminhos insinuosos da minha vida, pelas intenções perdidas em conversas ocas e estranhas insinuações de perdas involuntárias, perco a minha integridade ao dizerem que não, Não podemos ser, Não podes dizer, Não podias,
Eu, não quero sacrilégios, nem erros, nem leis que me apertem a vista, nem civilizações que ocultem a minha cara,
Tudo me é igual, mentira,
Os passos errados e incertos, os certos e contidos
Nada de nada devo,
Meu passo é meu
Nada de Nada é doutrem.
NADA,
se calem os audazes para falarem os loucos
Eu, não quero sacrilégios, nem erros, nem leis que me apertem a vista, nem civilizações que ocultem a minha cara,
Tudo me é igual, mentira,
Os passos errados e incertos, os certos e contidos
Nada de nada devo,
Meu passo é meu
Nada de Nada é doutrem.
NADA,
se calem os audazes para falarem os loucos
God Help The Outcasts II
Vejo a tua cara e os meus joelhos reflectidos perante a tua grandeza, ajuda os párias desta sociedade, não peço glórias, não peço transformações, nem riquezas de maior virtude, não quero mais,
Peço nada, eu consigo ser mais, consigo ultrapassar, mas tantos outros se perdem nos caminhos da virtude, peço por eles, pois todos somos crianças de Deus,
Ajuda os Párias a serem eles mesmos perante os espelhos da igualdade.
Dá-me a mão
Esquece o barulho do comboio, silenciando os poucos pássaros que nos restam,
e dá-me a mão,
Apaga a civilização que nos sobra e respira o mar que nos cheira,
e dá-me a mão.
Entre tudo e todos procura-a
A minha mão está com a tua enquanto eu tiver um lugar no teu coração
Para Sempre
Velho e sentado nas rugas dos meus passos lentos, escrevo-te neste pequeno banco de um longiquo jardim, entre os passos de crianças que baloiçavam inocentes entre os baloiços ferrugentos e o escorrega alto de mais para as nossas pedras, depois aquando do primeiro toque na face, leve, sentida, com a leveza da palma da mão, uma pequena pena que por ti passou, libertou uma lágrima pura, cristalina, única, e, anos mais tarde, quando as nossas cabeças se uniram para ver o sonho da nossa perduração, por fim, o triste momento em que me sentei a teu lado na cama, Estás bem?, Sim, simplesmente feliz por estares comigo, sempre doce nas palavras, Respira, vive, não sou nada sem ti, Beija-me, Sempre.
Os nossos lábios já gastos de tanto se amarem cruzaram-se em suspiro, um simples toque, e o ar soltou-se todo de uma vez, os teus olhos empalideceram e o teu rosto despersonificou-se em cinzas enterradas na jarra do meu quarto.
Depois de tudo, neste mesmo banco, não choro, porque juntos estamos sempre,
Entre estares comigo e te ausentares, ausenta-te comigo e para sempre te amarei.
Os nossos lábios já gastos de tanto se amarem cruzaram-se em suspiro, um simples toque, e o ar soltou-se todo de uma vez, os teus olhos empalideceram e o teu rosto despersonificou-se em cinzas enterradas na jarra do meu quarto.
Depois de tudo, neste mesmo banco, não choro, porque juntos estamos sempre,
Entre estares comigo e te ausentares, ausenta-te comigo e para sempre te amarei.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Decalque
Este sou eu, ou não tão eu, visto que a ausência de mim me define tanto como a minha própria presença, sou transparente ao mar, opaco ao sol, íntimos nos pequenos silêncios e profundo nos vagões de palavras, são escuro a quem não quer ver, transparente a quem me quer olhar, perfeito pelos contornos insinuantes de um pensamento confuso, tão confuso que nem sei se ele existe.
Entre o mar, as nuvens e eu, é todo perspectiva, é todo sinal de vagas e insinuantes ausências de estar,
Ausente em estar, presente em ser,
sou o decalque do que sobra nas vezes que não me basto.
Lágrimas
As lágrimas que choro não são por ti,
nem pelo halo seco das searas
são pelo mundo que perdemos
e pela hipótese de nunca mais o encontrarmos
Estes olhos que choram não são meus,
são mundos e poemas de outro que não eu,
Vivi, em mim, sem mim,
com a calma devida que antecede à dor,
nem pelo halo seco das searas
são pelo mundo que perdemos
e pela hipótese de nunca mais o encontrarmos
Estes olhos que choram não são meus,
são mundos e poemas de outro que não eu,
Provei outro mar,
com a calma devida que antecede à dor,
No fim, as lágrimas que choro não são penas, são frutos de uma saudade que ainda não chegou
são caminhos de felicidades que se perderam,
são desabafos de almas que se desencontraram
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Pegadas
As pegadas que deixo no chão, não as são senão lustros, ilusões, vagos espirros de sensatez inevitáveis, não são marcas pois nada dizem às pessoas, não são rasto porque não sei onde me levam, não são pegadas, porque nada meu lá ficou, meramente a sola beijou o asfalto, não são minhas porque não foi a minha vontade que as imperou, não são nada, contudo, dizem, silenciosas, que eu passei por ali, com muita ou pouca intensidade,
as pegadas levam-nos ao sítio onde estivemos,
as pegadas são o que nunca tivemos coragem de ser,
as pegadas não são nada mas dizem tanto, mesmo sem nós querermos...
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Paz, Calma
O que hoje quero é paz, tranquilidade serena, sentada à beira mágoa, comigo mesmo, na minha eterna saudade de ser só, só eu comigo, esquecendo o velho vizinho que lentamente entrega despojos de pão aos pombos, acariciandos à distância de um banquete digno de reis, esquecendo as ondas que entregam barulho oco aos nossos ouvidos, as crianças que correm pelo passeio inocente, gritando a infância que lhes sobra, as bicicletas remoendo a vida, enrolando-a em correntes de metal, e, no meio disto tudo, eu, sentado no corrimão cinzento de pedra, calmo,
há momentos em que ao pensar para onde vamos, decidimos parar e ver o mar ir à distância de um sonho.
Lisboa
Entro em Lisboa como quem abraça uma nova cidade, diariamente no carro, caminhamos sentados ao longo de penosos caminhos tortuosos, com paisagens de pneus e cheiros de gasodutos, abraça-mos a nova cidade eternamente velha, com lamaçais ocultos e velhos respingas em escadarias, em calçadas, em janelas partidas, sempre lá, sempre eternos, como a eternidade da cidade.
E o carro anda sozinho, os olhos esvoaçam pela paisagem, pelos carros, pelas pessoas e vejo:
como somos tão diferentes e vamos todos parar ao mesmo sítio.
E o carro anda sozinho, os olhos esvoaçam pela paisagem, pelos carros, pelas pessoas e vejo:
como somos tão diferentes e vamos todos parar ao mesmo sítio.
Somos todos diferentes em direcção ao nosso destino
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Perdoa-me
Perdoa-me o mar que não te dei, o sol que não aumentei
O vento que se esmoreceu
A lua que se apagou.
Perdoa-me os sorrisos falsos
Os lábios rosados
os silêncios apagados
Perdoa-me nunca ter mais
A vida esqueceu
Nós nunca
O vento que se esmoreceu
A lua que se apagou.
Perdoa-me os sorrisos falsos
Os lábios rosados
os silêncios apagados
Perdoa-me nunca ter mais
A vida esqueceu
Nós nunca
Serenamente
Serenamente espero as ondas do mar sabendo que as não vejo mais, lustrosas e gigantes, hirtas em movimento iterado, sei que não mas acredito que sim.
Serenamente acordo a esperança da vida, onde sonhos e ilusões serão a realidade dos que sonham e dos que vivem sonhando, sei que não mas acredito que sim.
Serenamente, olho o sol sabendo que não me aquece mais a alma por o olhar mas supondo que os olhos sentem fico olhando, sei que não mas acredito que sim.
Serenamente, espero nas pedras a vinda do tempo apagar-me o rasto pelas pedras pisadas e caminhos passados, sei que sim mas acredito que não.
Serenamente acordo a esperança da vida, onde sonhos e ilusões serão a realidade dos que sonham e dos que vivem sonhando, sei que não mas acredito que sim.
Serenamente, olho o sol sabendo que não me aquece mais a alma por o olhar mas supondo que os olhos sentem fico olhando, sei que não mas acredito que sim.
Serenamente, espero nas pedras a vinda do tempo apagar-me o rasto pelas pedras pisadas e caminhos passados, sei que sim mas acredito que não.
Queria mais estrelas, o sol mais brilhante, a lua de prata, o chão de cobre, transparecendo a vida com rasgos de luzes em janelas, mais rosais, mais montanhas, mais aves, mais céu sobre as minhas costas, mais dor, mais amor, mais de tudo e tudo tão só. Abrir os braços a tudo, abrir o mundo ao vento, o vento ao mar, o mar à solidão e tão só ser só o que somente só sei ser, nada.
5 Minutos
Esquece o mundo e dá-me
5 minutos de alegria
5 minutos de choro
5minutos de lágrimas de riso
5 minutos de olhos quebrados
Para o mundo que nos persegue, passa por mim e dá-me
5 minutos de amor
5 minutos de ódio
5 minutos de abraços
5 minutos de distância
Quando te esqueceres do sol e da aurora
Dá-me 5 minutos de tudo
e será tudo o que preciso.
Pedaços de Mim
Saudade é o pior momento da nossa existência, quebra-nos os equinócios no olhar, recheando o mar com aquele sal mui próprio de quem não nos vê. Vivo exilado de mim com saudades de ser eu, digo-me, Leva-me para longe de mim, o olhar dóis tanto, Está frio, e o povo chora com saudade de ser gente.
Ao pouco pedaços de mim caem, e fico apenas eu, a saudade é o remédio da ilusão.
Leva o que há de ti, a saudade dói e assim, fico eu comigo.
Ao pouco pedaços de mim caem, e fico apenas eu, a saudade é o remédio da ilusão.
Leva o que há de ti, a saudade dói e assim, fico eu comigo.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Somos 1
O mundo te espera, sorri-te com a malícia da descoberta infantil, uma certa inocência, mui bonita por acaso, hás-de crescer, meu filho, obstáculos passarás, e eu a teu lado, orgulhoso de te ver caminhando, sorridente, ás vezes de cabeça mais baixa, mas sempre erguido aos ventos do mundo.
Quando perguntares quem és, serás sempre mais que um filho de alguém, és a verdade do ser, és uma aurora e uma força desafiante da gravidade.
Quando, velinho, te lembrares de quem foste, seremos, como sempre fomos, um, tu e eu, juntos, pelo teu caminho à eternidade.
Quando perguntares quem és, serás sempre mais que um filho de alguém, és a verdade do ser, és uma aurora e uma força desafiante da gravidade.
Quando, velinho, te lembrares de quem foste, seremos, como sempre fomos, um, tu e eu, juntos, pelo teu caminho à eternidade.
Mar
Chamas-me, como se tu fosses minha, eternamente minha, viva em mim, possessa em meus cabelos, segue-me, por favor segue-me, deixa-me surpreender te com a dor de estar não mais juntos, pinta-me, deixa-me pintar te de sentimentos, iluminar te de esperança, cheirar te a paz.
Vem ver o que não vês daí, deixa tudo, larga todos, liga-te a mim, num círculo sem fim, numa esperança não mais vã.
Nunca ouvirás o lobo sobre a lua azul se ficares desse lado, só o vais conseguir se vieres, se largares.
Como tudo, nada se move, e o mar estará eternamente lá, esperando que eu vá ter com ele.
Quantas lágrimas eu chorei, para que fosses meu, ó már!
Vem ver o que não vês daí, deixa tudo, larga todos, liga-te a mim, num círculo sem fim, numa esperança não mais vã.
Nunca ouvirás o lobo sobre a lua azul se ficares desse lado, só o vais conseguir se vieres, se largares.
Como tudo, nada se move, e o mar estará eternamente lá, esperando que eu vá ter com ele.
Quantas lágrimas eu chorei, para que fosses meu, ó már!
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
God Help the Outcasts
Ouves-me senhor, longe do mundo, longe de mim, sei quem sou mas preciso de ti.
Ajuda-me, perdido, esquecido, agarro-me a ti, longe de todos nem perto de ti.
Peço perdão por todas as ingloriosas vitórias,
Amores que sofrem, venham de longe e apartem-se de perto,
Ouve-me, quem os ouve, senão quem sofre também assim,
Corações vagubundos, só pedem perdão,
Choro, lágrimas, abraços sentidos,
Estamos longe do mundo, esperamos por ti,
Venho de longe, protege quem não esqueci,
Se ninguém me ouve, só o silêncio espero de ti.
Longe do mundo, perto de mim.
Filhos da Manhã
O amanhecer prossegue o anoitecer, ilumina a noite, apaga o silêncio, enche a vida.
Vamos construir, juntos, um lugar melhor, um mar de sorrisos, um céu de lágrimas cintilantes, foge comigo, amar te será lei, está comigo, Vês aquela luz branca e indefinível?, Sim, És tu.
Na solidão, juntos, em todas as ilhas, em todas as luzes, por todos os países, em todas as palavras, eu sei, que juntos somos mais, cúmplices eternos, navegantes errantes do mundo, luz,
Amanheceu,
Vamos construir, juntos, um lugar melhor, um mar de sorrisos, um céu de lágrimas cintilantes, foge comigo, amar te será lei, está comigo, Vês aquela luz branca e indefinível?, Sim, És tu.
Na solidão, juntos, em todas as ilhas, em todas as luzes, por todos os países, em todas as palavras, eu sei, que juntos somos mais, cúmplices eternos, navegantes errantes do mundo, luz,
Amanheceu,
E em cada ilha está o seu dono, e nada mais.
Como desenhar um círculo perfeito?
O sol nasce e queima a terra inteira, é o círculo da vida, a luz faz crescer o que nos encarregamos de eternizar no esquecimento da morte, e a selva ao longe cacareja bafos de vida, e a cidade muda assiste. Animais correm alegres e vivos enquanto as pessoas, tristes e cabisbaixas, vagueiam os olhos pelas negras pedras da calçada.
De dia em dia, há sempre um novo olhar, mas o tempo é tão pouco, há tantas coisas à espera, mas o tempo é tão pouco, há o sol a brilhar, mas o tempo é tão pouco e nós somos tanto tempo.
Fé, Amor, Ódio, Solidão, Raiva, tudo para encontrar o meu caminho, tudo para não ser mais só.
Quero ser só comigo.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Espelho Quebrado
Viu-se o espelho e este a respondeu com vagas visões ilusórias, e o vento passa, e ela mira-o em busca do espelho de si mesmo, a verdade verdadeira da sua busca incessante pelo eu, Que eu?.
Mágoas, sonhos, risos e choros firmes e tristes, amargurados esperançosos.
Os teus olhos vêem?, e a rapariga riu-se para o espelho e apenas disse, Os meus olhos só me querem olhar.
Mágoas, sonhos, risos e choros firmes e tristes, amargurados esperançosos.
Os teus olhos vêem?, e a rapariga riu-se para o espelho e apenas disse, Os meus olhos só me querem olhar.
Tarde
Nesta tarde nos tocámos sem sequer nos miramos, tu longe e eu perto, o mar testemunha e a lua visão, iluminados de raiva, corpos ofegantes se afastam, lentos, calmos e surpreendentes.
Nesta tarde, o sol amanheceu em todas as noites, iluminou dias e recheou auroras, cresceu e abraçou a lua em gritos espumantes de glória.
Nesta tarde, o sol amanheceu em todas as noites, iluminou dias e recheou auroras, cresceu e abraçou a lua em gritos espumantes de glória.
Nesta tarde, o sol viu mas a luz foi nossa.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Para além de nós nos mesmos arvoredos
Para além de nós, neste arvoredos onde te desnudo, existe o mar e o além, sonho e o desdém, existimos nós e apenas o nosso mundo.
E aqui estamos juntos, unidos pelas palmas das mãos apartadas num sopro leve de desejo, apartados desde sempre e agora e aqui juntos, unidos por muito mais do que os pontos em que os corpos se encontram, estamos onde a alma se entrelaça.
E aqui estamos juntos, unidos pelas palmas das mãos apartadas num sopro leve de desejo, apartados desde sempre e agora e aqui juntos, unidos por muito mais do que os pontos em que os corpos se encontram, estamos onde a alma se entrelaça.
Nós de nós, por mais que puxemos para longe, mais juntos ficamos no perto.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
E No Principio...
E num principio tudo era nada e nada era tanto, espelhos de almas imperfeitas, completas no expoente da sua própria vida, nem brisas leves nem fogos ardentes nos reviravam os olhos, nem madeixas coloridas nem fragâncias obscenas, tudo era tão calma e era tão tudo.
Num princípio que não esta, o mundo principia-se em sons de aves esvoaçando pelos céus em migrações constantes, as calçadas, ainda existentes, silenciavam-se e o sono era eterno de eternidade.
No princípio, a alma é viscerada por sim própria, perene na ideia abstracta de renegar o absolutismo lógico da essência das coisas, a filosofia é isto, a decadência consciente da insconsciência, renegar a vida e o pensamento, fingindo pensar-se.
Contemplai, aqui é o princípio do CinzaDaMente!
Num princípio que não esta, o mundo principia-se em sons de aves esvoaçando pelos céus em migrações constantes, as calçadas, ainda existentes, silenciavam-se e o sono era eterno de eternidade.
No princípio, a alma é viscerada por sim própria, perene na ideia abstracta de renegar o absolutismo lógico da essência das coisas, a filosofia é isto, a decadência consciente da insconsciência, renegar a vida e o pensamento, fingindo pensar-se.
Contemplai, aqui é o princípio do CinzaDaMente!
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